Cientistas chineses usam tecnologia ocidental para criar registro facial que aprimoraria
capacidade de 
rastrear dissidentes

A China está colhendo DNA e a biometria da minoria muçulmana uigur, que vive na província ocidental de Xinjiang. A revelação foi feita pela ONG Human Rights Watch, que acusa o governo chinês que realizar uma política de segurança abusiva disfarçada de programa de saúde.

Para o relatório da ONG, a política chinesa comete uma grave violação dos direitos humanos com as medidas. Xinjiang é um histórico palco de confronto entre a minoria uigur e etnia majoritária han. Segundo Pequim, os conflitos envolvem ação de radicais islâmicos. Em 2011, o governo chinês chegou a proibir crianças nascidas em seu território de serem batizadas com nomes muçulmanos.

China - reconhecimento facial

Imagem fornecida pela BMC Bioinformatics de um estudo em 3D de construção facial   Foto: BMC Bioinformatics via The New York Times

A onda de violência seria a principal motivação para a criação de um rígido aparato de repressão na província, que inclui patrulhas da polícia em larga escala e restrições à manifestações religiosas e culturais.

Segundo a Human Rights Watch, a polícia agora é responsável por coletar digitais, fotos, endereços e até registros de íris. Os médicos locais colhem DNA e tipo sanguíneo como parte do que seria um programa de saúde. Só que esses dados estão sendo utilizados, na verdade, para monitoramento de atividades subversivas.

Reprodução/Agência de Notícias Xinhua

“O cadastramento obrigatório de dados biológicos de uma população inteira é uma violação grosseira de regras internacionais de direitos humanos e é ainda mais perturbador que isso seja feito sob o disfarce de um programa de saúde”, diz a diretora da Human Rights Watch na China Sophie Richardson.

China

Um exemplo de como as variantes genéticas influenciam a morfologia facial em uma população da Eurásia, da Human Genetics  Foto: Human Genetics via The New York Times

O governo regional de Xinjiang disse em julho que o objetivo do programa era colher os dados biométricos de pessoas entre 12 e 65 anos. “Tipos sanguíneos devem ser reportados às delegacias de polícia, assim como amostras de sangue e DNA”, diz o texto do projeto.

Xinjiang tem 10 milhões de muçulmanos

O relatório da ONG traz depoimentos de residentes da província sobre a coleta biométrica. Uma pessoa que não quis se identificar disse que temia ser acusada de deslealdade política caso não participasse. Ela nunca recebeu os dados coletados.

Já a imprensa estatal chinesa dá outra versão e diz que a participação no cadastramento era voluntária. A agência Xinhua disse que 18,8 milhões de pessoas receberam tratamento médico após participar da coleta de sangue e DNA. São 10 milhões de muçulmanos residentes em Xinjiang.

Um uigur do oeste da província contou ao relatório da Human Rights Watch que a administração do vilarejo onde vive o obrigou a participar da coleta. A ONG alerta para o risco da prática ser aumentada para todo o país e com outros fins.

Outro lado 

O porta-voz da chancelaria chinesa, Lu Kang, acusou o relatório de conter “inverdades” e afirmou que a situação geral em Xinjiang é “boa”.

Com informações do BuzzFeed News, Estadão, Reuters e EFE. 





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