Argentino revela São Paulo

fonte: Catraca Livre

Para abrir as possibilidades, nossa editoria Blog da Semana mudou! Agora se chama Blog e Afins porque não queremos divulgar só blogs culturais, mas também sites, twitters, e todas as novidades voltadas para a cultura que se proliferam pela rede. Para quem se interessou, é só encaminhar um e-mail para blogcatracalivre@gmail.com

SanPablo-SP por Léo Bella

SanPablo-SP começou em fevereiro de 2005, em espanhol, como meio de mostrar a cidade onde moro para a família e amigos que ficaram na Argentina, e para gente do mundo todo que gosta de conhecer outras terras. Também, como uma forma de driblar um pouco a vertigem que pressupõe viver numa cidade destas, onde falta tempo para a amizade, a contemplação, a leitura, onde só se trabalha, trabalha, trabalha. Enfim, congelar o monstro para tentar compreendê-lo melhor.

Léo Bella

Obra na Estação da Luz

Um pouco antes disso, em 2004, participei da mostra coletiva dos 450 anos de São Paulo, realizada no SESC Santo Amaro. A minha foto era de um carro abandonado numa rua da Santa Cecília, tirada com uma câmera transparente descartável. Na parte final do evento, foram sorteados câmeras e cursos, e fui favorecido com o curso “Revelando as fronteiras da cidade” na Imã Foto Galeria, que incluía saídas a pontos limítrofes de São Paulo.

Logo depois, comprei minha primeira câmera digital (que uso até hoje), uma Sony compacta, fácil de levar quase todo dia pra rua, discreta o suficiente para não intimidar os protagonistas das imagens, e para não atrair o olho do malandro. 90% das fotos são feitas com esta belezinha, mas tem umas poucas tiradas em filme ou com a câmera grande.

De lá pra cá, foram publicadas mais de 500 fotos mostrando o cotidiano do povo paulistano: artistas de rua, moradores de rua, gente às compras, a caminho do trabalho ou trabalhando, passando entre os prédios pichados e muros grafitados, andando em passarelas; velhos, adultos e crianças de diferentes tribos, montados em diversos meios de transporte, o luxo e o lixo das paisagens artificiais, tudo que São Paulo tem de único ou em comum com outras megalópoles está retratado, até porque o bicho vai mutando aos pouquinhos, e amanhã já não vai ser o mesmo.