23/01/2009 - 15:27 por Dawn Zemke

Televisão não é tão ruim assim

Eu preciso confessar algo a vocês: minha família assiste televisão.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Calma, tem mais! Algumas vezes nós jantamos na frente da televisão. Nós puxamos umas bandejas e nos assentamos no chão, enquanto Clark Kent luta usando seus super poderes, ou Jack Bauer tem um dia muito ruim. Em alguns dias nós estamos tão atentos no que está passando, que o barulho de um alfinete caindo no chão poderia incomodar. E, se alguém, por algum motivo, precisa ir à cozinha, nós agradecemos a Deus por TIVO (um tipo de gravador de vídeo digital) existir.

Eu sei, eu sei – essa dificilmente é a recomendação de um expert em jantares de família. Todavia, também é verdade que passamos muitas noites jantando ao redor de nossa mesa, comendo e conversando sobre nosso dia, como acontece numa tradicional refeição familiar.

Nossa família tem crescido mais unida, por causa do tempo que passamos juntos em frente de uma televisão. Seguem abaixo alguns benefícios que adquirimos com esse "maligno" aparelho.

Em primeiro lugar, a televisão é um grande motivador de conversas. Observar as pessoas - na vida real e na ficção – ajuda a lidar com conflitos e escolher temas interessantes para discussões, principalmente quando questões relacionadas com a moral estão envolvidas. Álcool, drogas, sexo antes do casamento e homossexualismo são alguns dos tópicos que meu marido Ron e eu temos conversado com nossos adolescentes, graças aos programas de TV que assistimos. Enquanto buscamos construir uma ponte entre o que está sendo tratado na TV e uma gravidez na adolescência, por exemplo, nós monitoramos esses assuntos, ao invés de bani-los. Quando nossos filhos eram menores, embora os assuntos fossem menos provocativos, não eram menos importantes: mentir, roubar, ser desonesto, tratar os outros com gentileza e respeito eram alguns dos nossos temas.

Enquanto os pais não precisarem de um programa de TV para suscitar essas questões, algumas vezes um personagem fictício ou uma situação pode provocar uma abordagem de forma não ameaçadora. Nós podemos começar a conversa falando sobre o problema que um personagem do seriado Lost enfrenta com as drogas e perguntar aos nossos filhos se eles sabem da existência de drogas na escola ou nas festas de fim de semana, por exemplo.

Em segundo lugar, a televisão expande nossos horizontes. Embora minha família more no subúrbio de Midwest, pela televisão nós ficamos sabendo dos terríveis genocídios em Darfur, e da devastação do terrorismo ao redor do mundo. Nós encontramos esperança em atitudes de homens e mulheres comuns. A televisão é uma janela que nos permite ver um mundo maior do que aquele que está limitado à nossa rotina diária. Contemplar a pobreza nos inspira a agir – como fez o meu filho em uma viagem missionária com a igreja para Appalachia.

Em terceiro lugar, a televisão nos mantém conectados. Quando nossos filhos se aproximaram da adolescência, nos perguntamos se enfrentaríamos o que os pais costumam relatar sobre esse período – que eles nunca desejariam trazer amigos para casa, mas que prefeririam estar em qualquer outro lugar. Nós temos uma pequena casa com uma modesta sala e sem porão. Não é muito, se comparada com a casa de amigos que tem sala de jogos, etc. Contudo, nossa televisão de tela grande (e a alegria de Ron e minha, é claro) tem encorajado os amigos de nossos filhos a fazerem de nossa casa seu lugar favorito. Assistindo a um filme ou jogando vídeo game, sempre parece haver alegria naquele lugar.

Ron e eu não nos importamos. Quando as coisas estão acontecendo em nossa casa, sabemos exatamente o que eles estão fazendo, que filmes estão assistindo. E o melhor de tudo, passamos a conhecer os jovens que fazem parte do grupo de nossos filhos.

A televisão se tornou um recurso virtual inescapável em nossa cultura. Ela está lá e você pode se assegurar de que seus filhos – e você – estarão ligados ao que acontece nos shows, filmes, programas, etc. – se não for em casa, através de amigos e colegas de trabalho. Como cristãos, precisamos estar no mundo sem sermos do mundo (Jo 17:14). Precisamos honrar nossa responsabilidade de fazermos escolhas. Por isso, desde cedo preferimos educar nossos filhos no caminho que devem andar (Pv 22:6), fazendo da TV uma aliada nesse processo. Em algumas ocasiões, isso significa vetar alguns programas. Em outras, isso significa monitorar o programa e levantar discussões sobre os temas abordados. No fim, aprendemos bastante sobre nossos filhos. Se Deus quiser, com o passar do tempo eles ganharão maturidade e experiência para cuidarem de si, quando mamãe e papai não tiverem mais com o controle remoto em suas mãos.


Dawn Zemke vive e assiste TV em Illinois.

Copyright © 2009 por Christianity Today International

(Traduzido por Daniel Leite Guanaes)