16/02/2009 - 15:30 por Russ Breimeier

Evanescence - Fallen (Wind Up)

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O belo e assombroso rock gótico.

"Me acorde/ chame pelo meu nome e me salve das trevas/ ofereça sangue antes que eu me desfaça/ me salve do 'nada' que eu me tornei" – (Bring me to life - Traga-me à vida).

Algumas coisas mudam rapidamente. A imprensa cristã e a rádio já destacaram a banda Evanescence como exemplo recente de um "cordeiro barulhento" na indústria da música convencional. Mas logo muitas pessoas se desapontaram com o grupo do Arkansas, devido a declarações dadas em um programa de entrevistas, fazendo com que fossem retirados das prateleiras das lojas seus CDs, e que o hit Bring me to life parasse de tocar nas rádios cristãs. Até mesmo nós da ChristianityToday.com retiramos do ar nossa matéria sobre o sucesso do Evanescence, Fallen. Nosso elogio à arte continua, mas agora com algumas reservas.

Evanescence é um dos mais recentes grupos com histórias de sucesso no Wind Up Records, semelhantemente à controversa Creed. Na base da banda está o multi-instrumentalista e compositor Bem Moody e a líder Amy Lee. Os dois se conheceram adolescentes e, desde então, começaram a prosseguir com a banda no cenário underground da música cristã.

Alguns têm descrito Evanescence como P.O.D e Nine Inch Nails, caso fossem analisados por Sarah McLachan ou Enya. Por mais louco que pareça, é uma bela descrição da unicidade da banda e de sua capacidade de misturar hard rock, música eletrônica e pop. Graças ao seu papel como trilha sonora do filme Daredevil, Bring me to life se tornou uma das músicas mais populares, fazendo de Fallen um dos álbuns mais vendidos.

Depois de dois meses, a bomba veio à tona. No dia 15 de abril de 2003, em uma entrevista com o Enterteinment Weekly, Evanescence declarou enfaticamente não ser uma banda cristã. De acordo com Amy Lee, "há pessoas que insistem com a idéia de que somos uma banda cristã disfarçada, ou que temos uma mensagem secreta... Não temos nenhuma ligação espiritual com nossa música. Trata-se simplesmente de experiência de vida". Infelizmente, Bem e Amy profanamente demonstraram seu desejo de não serem vendidos em lojas cristãs ou tocados em rádios cristãs. A indústria respondeu prontamente.

Evanescence atribuiu sua sinceridade espiritual presente nas primeiras músicas à "indiscrição juvenil", embora pareçam estar lidando com seu recente sucesso de forma mais imatura. Além do mais, foi decisão do Wind Up (com a permissão da banda) vender a música para o público cristão e para as rádios. É claro que geralmente as gravadoras ficam atentas para as declarações dos artistas sobre suas músicas. Portanto, não é possível que eles não tenham orientado Evanescence quanto às perguntas ou falado sobre os comentários de Amy. Talvez o mais estranho de tudo tenha sido o comentário de Moody de que não há nenhuma evidência de base cristã nas músicas da banda: "Não tenho vergonha de minhas convicções religiosas, mas de forma alguma as tenho incorporado no trabalho da banda".

Este comentário, somado à última entrevista da banda, parece sugerir que Moody ainda tem algum tipo de relação com Cristo. Todavia, parece contradizer uma série de músicas de Fallen que claramente derivam de uma cosmovisão espiritual: Bring me to life, como já mostrado, revela um sólido desejo de reavivamento; na canção tourniquet, Amy canta: "meu Deus, meu tourniquet/ me dê de volta a salvação... será que estou tão perdida para ser salva?". Em seguida, Amy continua: "Minhas feridas clamam pela sepultura/ minha alma clama por libertação", que talvez possa ser interpretado como a morte sob a lei e a vida pela redenção, descritas em Romanos. Ben e Amy parecem expressar uma vida conforme a imagem de Cristo, em Taking over me: "eu acredito em você/ abro mão de tudo por você/ olho pro espelho e vejo sua face, quando contemplo com atenção/ tantas coisas que parecem com você estão simplesmente surgindo".

Não que todas as músicas de Evanescence sejam tematicamente espirituais, nem neutras acerca das questões cristãs. Com todas as declarações da banda, há quem se pergunte se Everybody is fool é uma referência à igreja e à fé cristã: "perfeitos por natureza/ ícones de auto-indulgência/ tudo o que precisamos/ mais mentiras sobre um mundo que nunca foi nem nunca será... Você não é real e não pode me salvar". No dia 20 de maio de 2003, em uma entrevista a USA Today, Amy se desculpou sutilmente por seus comentários em Enterteinment Weekly, dizendo: "nós certamente não desejamos alienar ninguém. Se qualquer pessoa pegar nosso CD, escutar e gostar... nós vamos adorar! Eu só espero que nada disso tenha levado ninguém a pensar que somos contra algum grupo ou algo do gênero. Essa é a questão – é para todo mundo. Não queremos colocar nosso trabalho dentro de uma caixa".

Bandas como Lifehouse ou P.O.D têm feito bastante sucesso com o público sem alienar seus fãs cristãos. O erro do Evanescence foi ter cortado sua relação com a comunidade cristã de forma tão precoce e abrupta. Apesar das mensagens confusas, há muito para ser apreciado pelos cristãos em Fallen, quer as mensagens nas canções de Ben Moody sejam intencionais ou não. Entretanto, por causa das entrevistas dadas, cristãos que se ofendem facilmente com profanação devem ser esclarecidos quanto às apresentações de Evanescence, já que não se sabe o que eles ouvirão ou deixarão de ouvir. Nós apenas desejamos que esse talentoso grupo descubra o que eles estão transmitindo tematicamente, e oramos para que essa mensagem envolva mais uma vez as boas novas!


Copyright © 2008 por Christianity Today International

(Traduzido por Daniel Leite Guanaes) 

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