Leiam a matéria que saiu na Folha, aqui:
Major Olímpio ataca 'babacas leões de internet' que 'fomentam discórdia' entre ele e Doria
Senador eleito virou alvo de grupos bolsonaristas após foto com o tucano que sempre criticou
Anna Virginia Balloussier
SÃO PAULO
"Recebendo a visita do senador eleito por SP, @majorolimpio. Agora é momento de união e muito trabalho por SP e pelo Brasil. #AceleraSP #AceleraBR."
O governador eleito João Doria (PSDB) fez questão de tuitar, na segunda (12), uma foto em que ele e um sorridente Major Olímpio (PSL), deputado que em 2019 voltará ao Congresso como senador.
Inimigo de longa data do PSDB, Olímpio encarnou uma oposição inclemente ao BolsoDoria, dobradinha que o tucano tentava emplacar com sua candidatura e a de Jair Bolsonaro (PSL).
O retrato dos dois foi usado como símbolo de trégua. Segundo Major Olímpio, não é que de repente Doria passou a ser seu melhor amigo, mas fazer o quê?
"Eu defendi outra candidatura [Márcio França] e perdi. A população o escolheu. Eu fui escolhido pela mesma população para representar o estado", afirma à Folha.
Bolsonaro fez uma reunião com 20 governadores eleitos, Doria entre eles, "pedindo união pelo Brasil", diz o major aposentado pela PM. "Acabou a eleição e querem que eu fomente a discórdia ou reme contra?"
Durante a campanha, Olímpio disse que uma união com o PSDB estava fora de questão. “Não abraço meu carrasco. Não os tenho [tucanos] como adversários, e sim como inimigos."
Já Doria, afirmava então, não o enganava: podia até estar “alinhado por conveniência” a Bolsonaro, mas reproduzia as malfeitorias do tucanato.
À reportagem o major reformado agora muda o alvo: seu novo desafeto atende por Jorge Izar, o ruralista que comanda grupos de WhatsApp em apoio a Bolsonaro.
Reportagem da revista Piauí publicada na quinta (15) mostra como, em várias dessas comunidades virtuais, Olímpio passou a ser fustigado por seu aceno a Doria. Ele teria se demonstrado "um oportunista, se valendo de práticas da velhíssima política”, de acordo com uma das mensagens.
Pesou, para os grupos pró-Bolsonaro, a aproximação do major com um governo que terá como secretário da Casa Civil Gilberto Kassab, ministro de Michel Temer (e das Cidades de Dilma Rousseff) e réu na Lava Jato.
Segundo Olímpio, Izar é "apenas um irresponsável que jamais ajudou em nada de fato, nem ao Bolsonaro nem a mim. Quem conhece sabe que não fala coisa com coisa".
Eleva o tom: "Só este mentecapto do Izar e a reportagem irresponsável da Piauí coloca esta guerra. Jorge Izar precisa de tratamento e ponto. Na minha terra o nome que se dá a ele é um tremendo nó cego, sujeito de pouca serventia, desmiolado. Ele vai censurar já, já o Bolsonaro fazendo acelera com o Doria".
Refere-se a uma foto, também compartilhada pelo ex-prefeito de São Paulo, dele com o capitão reformado que presidirá o Brasil a partir do ano que vem.
A reunião com o governador eleito, diz Olímpio, nada mais foi do que "uma agenda formal a convite do Doria, afinal, ele ganhou a eleição pra governador, e eu a de senador".
"Falamos institucionalmente sobre a defesa de São Paulo em tudo, sobre a posição neutra do PSL na Alesp [Assembleia Legislativa paulista], ou seja, não será base do governo nem oposição."
O partido de Olímpio e Bolsonaro deterá a maior bancada na Casa: 15 parlamentares (atualmente são zero) que "terão autonomia para discutir tudo, sem toma lá dá cá", segundo o futuro senador.
Olímpio diz que apoiará Janaina Paschoal, com a maior votação de todos os tempos na história dos parlamentos brasileiros, para presidir a Alesp. Já Doria endossará a reeleição do colega tucano Cauê Macris.
Mas fomentar uma rivalidade entre ele e o tucano é coisa de "uns poucos babacas leões de internet", afirma o senador eleito.
Izar rebate a matéria da Piauí que o cita e a reação de Olímpio a ela: "A opinião que o senador teria a meu respeito poderia até ser esperada, porém não tive nada a ver com a reportagem".
"Não estou e nem estive procurando confusão, o que o senador se esquece é que pessoas têm opiniões", continua.
"Não tenho nada a acrescentar. As confusões e críticas do senador eleito [contra Doria] foram públicas, com vídeos circulando em todas as redes. Não tive absolutamente nada a ver com isso! Eu apenas alertei à coordenação do governador eleito que muitas pessoas, dos grupos de apoio, estavam muito surpresas e irritadas com a indicação do Kassab e depois com a mudança de posição do senador!"
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