A IDENTIDADE E A MÁSCARA

Por Ed René Kivitz

Hoje almocei com um amigo que na verdade acolho como um mentor espiritual. Falávamos a respeito de mudanças e rupturas na vida. A ideia foi minha, disse que achava isso, que existem dois tipos de mudanças, uma como subir mais um degrau na escada, e no degrau de cima você já não é o mesmo. Outra, como descer uma escada e começar a subir outra. Essa segunda é a que chamo de ruptura.

                  Meu amigo comentou que essas mudanças geralmente têm a ver com os papeís que desempenhamos na vida, e que em determinado ponto da vida a gente se pergunta se quer continuar desempenhando o mesmo papel. Observei que a troca de papéis era o que eu chamava de mudança tipo ruptura, e que a outra, de subir mais um degrau era aquela em que aos poucos vamos descobrindo nossa identidade, que por sua vez vai dando forma aos papéis que desempenhamos.

Foi nesse momento que ele, com a maior simplicidade do mundo, mandou essa: "A questão é saber se você deriva sua identidade do papel que desempenha ou se imprime sua identidade nele". E depois arrematou: "Quem deriva a identidade do papel que desempenha acaba como escravo da máscara, e passa servir ao personagem". Simples assim. Sensacional.