Carlton Pearson e a negação do inferno
por Nilson Júnior
 

Vivemos num mudo de apostasia, onde o pecado e a iniqüidade têm tomado conta da mente dos homens, cauterizado suas consciências e facilitado o caminho para que estes fiquem cada vez mais conformados e distantes de Deus, sendo assim presas fáceis à ensinos enganosos, que fazem com que seu entendimento seja confundido pela mentira.

Esse cenário faz com que as pessoas cristãs do nosso tempo aceitem um "evangelho de conveniência", onde as pessoas crêem e praticam somente o tipo de doutrina que mais atenda aos seus desejos carnais e que não os confrontem. Conseqüência direta disso é a velocidade em que se abrem novas igrejas nas grandes cidades e a rotatividade dos membros entre elas. Nesse novo modelo, a pessoa fica na igreja até que esta comece a pregam algo que elas não queiram concordar. A partir daí, elas buscam outra igreja que volte a massagear o ego delas.  

Só que muito daquilo que agrada aos crentes mais carnais são mentiras que batem de frente com a verdade pregada na Bíblia. Um dos atuais expoentes dessas "mentiras que confortam" é um pastor californiano chamado Carlton Pearson.

Pearson era um pastor pentecostal dos anos 90 que enfatizava a prosperidade material em suas pregações, mas não deixava de lado os fundamentos da fé cristã, quais sejam, o de que todos nós nascemos pecadores e estamos condenados ao inferno até que aceitemos Jesus Cristo.

Até que um dia, como quase todos aqueles que criam heresias, Pearson teve uma "reveladora experiência pessoal". Ele havia começado a estudar a Bíblia nos idiomas em que ela foi escrita e começou a vê-la não como a verdadeira Palavra de Deus, mas apenas como "um livro sobre Deus escrito por homens".

A partir de então, passou a contestar a idéia da existência do inferno, como descrita na Bíblia. Segundo ele, não daria para amar um deus que estaria torturando a avó dele no inferno. Ele alega que em meio a suas dúvidas, ele teria ouvido uma voz que lhe disse que o inferno é aqui na terra. Voz na qual ele teria acreditado.

"Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios;" (1 Timóteo 4:1)

Depois disso, ele passou a mudar suas pregações, alegando desde então que a existência de um inferno para homens não passa de paganismo e de pura superstição.

Várias publicações evangélicas americanas passaram a condená-lo e sua igreja teve uma uma sensível diminuição no número de membros após a introdução dessa heresia. Diminuíram também os convites para conferências e eventos que ele antes recebia de outros pastores.

Mesmo em face disso, ele tem insistido nessa pregação e sua igreja tem voltado a crescer. Em uma de suas pregações, ele afirmou:

"Podemos passar por um inferno, mas ninguém vai para o inferno. Minha esperança é que as pessoas aprenderão a se amar, a se aceitar e a se celebrar. Isso é algo bem dramático, mas penso que salvará o planeta". (Carlton Pearson)

Todavia, a negação do inferno não é tão simples assim. Se aceitamos a idéia de que o inferno não existe, isso trará uma decorrência: a de que não faz sentido os cristãos lutarem contra o pecado e pregarem o Evangelho da salvação aos pecadores. E o próprio Pearson tem também apoiado práticas que a Bíblia condena.

Recentemente, Pearson liderou centenas de pastores evangélicos americanos num comício para pressionar o Congresso americano a aprovar uma lei antipreconceito homossexual. Ele também é autor do livro "O Evangelho da Inclusão", que tem alcançado grande aceitação entre os ativistas homossexuais. Nele, Pearson defende o universalismo. Segundo essa corrente de pensamento, a morte/ressurreição de Cristo já pagou o preço para que toda a humanidade tenha a vida eterna (sem necessidade de que alguém se arrependa de pecados e receba salvação), não é necessário que alguém creia em Jesus Cristo para que seja salvo e toda a humanidade irá para o céu, independente de sua religião.

Depois de abrir as portas de sua igreja para tantas heresias absurdas e assim perder o apoio de quase todas as lideranças evangélicas que estavam com ele, Pearson encontrou apoio na comunidade judaica e no movimento homossexual, os quais ele passou a defender.

Além desses dois grupos, Pearson ainda encontrou outro aliado ainda mais inusitado: o Vaticano. Isso porque a Comissão teológica internacional, principal órgão conselheiro sobre questões doutrinárias da Santa Sé, tem afirmado que os cristãos podem ter a certeza que o inferno estará vazio! Para o Vaticano, até mesmo os maiores pecadores poderão ser absolvidos e mandados ao paraíso. Antes mesmo de Pearson ter sua "revelação", o papa João Paulo II já defendia que todo homem está "cristificado" pela encarnação e então todos são salvos. Na opinião do falecido papa, o inferno provavelmente estará vazio. Todos estão salvos.

No meio de tanta heresia, o que nós sabemos é que a Bíblia não deixa margem para nenhuma dúvida de que o inferno é real! Senão, vejamos algumas passagens bíblicas sobre o tema:

"Mas eu vos mostrarei a quem deveis temer; temei aquele que, depois de matar, tem poder para lançar no inferno; sim, vos digo, a esse temei." (Lucas 12:5)

"E, se o teu olho te escandalizar, lança-o fora; melhor é para ti entrares no reino de Deus com um só olho do que, tendo dois olhos, seres lançado no fogo do inferno," (Marcos 9:47)

"Serpentes, raça de víboras! Como escapareis da condenação do inferno?" (Mateus 23:33)

A existência do diabo e do inferno não só é uma verdade bíblica, como é um elemento primordial dentro do cristianismo. Se não houvesse nenhuma ameaça de condenação do homem ao inferno, não haveria sentido algum no sacrifício de Jesus Cristo (afinal, de que a Sua morte nos salvaria, senão da condenação eterna), que desceu à terra para que o homem pudesse ser salvo. Um dos versículos mais importantes da Bíblia fala justamente disso:

"Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna." (João 3:16)

A verdade é simples e fácil de ser entendida. Deus enviou seu Filho ao mundo para que Ele desse Sua Vida e para que todos aqueles que crerem n'Ele fossem livrados da condenação (Marcos 16:16), e alcançassem a vida eterna.

 

Todo crente precisa ter essa certeza: a de que sem o sacrifício de Jesus Cristo e sem a sua ressurreição, não teríamos acesso à salvação pela fé, como temos hoje. Isso é uma das bases de nossa crença. Através da sua morte, fomos comprados para Deus a preço de sangue (Apocalipse 5:9) e libertos de um inferno, que é real.

"Estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos)" (Efésios 2:5)

O problema da negação do inferno feita por Pearson está no fato de que essa negação carrega implícita a negação do poder redentor do sacrifício de Cristo! Igrejas e pastores que flertam com idéias como essas estão levando seus fiéis a serem enganados. Além de estarem também abrindo as portas para o Anticristo, que será aceito por pessoas como Pearson, que estejam dispostas a negociarem o evangelho, negando a eficácia do sacrifício de Cristo e da existência de um juízo de Deus sobre todo homem.

"Quem é o mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? É o anticristo esse mesmo que nega o Pai e o Filho." (1 João 2:22)

"E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo" (Hebreus 9:27)

"Mas os céus e a terra que agora existem pela mesma palavra se reservam como tesouro, e se guardam para o fogo, até o dia do juízo, e da perdição dos homens ímpios." (2 Pedro 3:7)


Fonte (Meu Blog): http://falandodabiblia.blogspot.com/2010/04/carlton-pearson-e-negacao-do-inferno.html
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Nilson Júnior