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Filhos de Belial na Sacristia
 
É na sacristia que se guardam os objetos sagrados do catolicismo: vasos, livros, paramentos. É ali que os celebrantes se cobrem com as vestes litúrgicas. Da sacristia, os sacerdotes vão para o púlpito e pregam, vão para o altar e celebram a eucaristia.

Para exercer um ofício tão santo não bastam as alfaias santas. É necessário que o ministro seja santo e ainda esteja em contínuo processo de santificação. Ele não terá autoridade se não for santo. Ele não terá a unção do Espírito para pregar e para celebrar se não for santo. Ele corre o risco de ser descoberto, desautorizado e desmoralizado, mais cedo ou mais tarde. Então virá o pior de todos os escândalos: o escândalo religioso, mais grave que o escândalo financeiro, o escândalo político. Jesus ensinou que o escândalo é inevitável, mas acrescentou: "Ai do homem pelo qual vem o escândalo". Na opinião do Senhor, seria melhor amarrar uma pedra de moinho no pescoço do portador do escândalo e afogá-lo nas profundezas do mar (Mt 18.6-9). É assim que as Escrituras tratam do escândalo, desde a lei mosaica (Lv 4.3) até os novos tempos (Rm 16.17). O ministro religioso, seja judeu ou cristão, seja católico ou protestante, precisa recitar em voz alta junto com Paulo: "Não damos motivo de escândalo a ninguém, em circunstância alguma, para que o nosso ministério não caia em descrédito" (2 Co 6.3 NVI).

Na verdade há filhos de Belial na sacristia (e também nos seminários). Tanto na Igreja Católica como na Igreja Protestante. "Filhos de Belial" é um termo abstrato, que significa literalmente "bom para nada" ou "não serve para nada". É o nome dado aos dois filhos de Eli — Hofni e Finéias — que "não se importavam com o Senhor" e, embora casados, ainda "deitavam-se com as mulheres que serviam à porta da tenda da congregação" (1 Sm 2.12 e 22). Esses dois homens eram "sacerdotes do Senhor" (1 Sm 1.3), tornaram-se "execráveis" (1 Sm 3.13), e fizeram o povo pecar por seu exemplo e pela ausência de exortação (1 Sm 2.24).

Os escândalos estão aí, envolvendo padres que abusam de coroinhas, como o tristemente famoso padre Rudolph Kos, da Diocese de Dallas, no Texas. Ou como o cardeal Hans Hermann Groer, da Áustria, acusado de ter abusado sexualmente de meninos há vinte anos. Estão também no meio evangélico, envolvendo homens como os americanos Jim Bakker (Ultimato de maio de 1987) e Jimmy Swaggart (Ultimato de abril de 1988), que foram infiéis às suas esposas.

Um padre não pode ser homossexual. Não pode mesmo. Mas há padres homossexuais. Eles precisam largar a batina, se não querem ou não conseguem superar suas tendências homossexuais. Se eles não são cínicos, se eles ainda não são vítimas terminais da operação do erro (2 Ts 2.11), se eles realmente prezam o Senhor Jesus Cristo e o amam, então que se convertam a esse Jesus, que se disponham a negar-se a si mesmos, tomem sobre si o jugo de Jesus e aprendam com o Espírito a andar na luz. É preciso desistir de manter as duas coisas — o sacerdócio e a prática do homossexualismo. É preciso escolher entre um e outro. Se não agüentam, saiam da sacristia, do púlpito e dos conventos para a glória de Deus!