Leões e Cordeiros * Crítica
22 11 2007
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Bem intencionado, mas sem novidades
Robert Redford é, antes de tudo, um americano. E é isso o que ele revela ao longo dos 90 minutos da primeira produção da reerguida United Artists, "Leões e Cordeiros". O filme conta com três tramas que se interligam em um único tema: a guerra dos EUA no Afeganistão. Meryl Streep ("O Diabo veste Prada") interpreta uma jornalista que, em uma entrevista com um congressista republicano (Tom Cruise), descobre a mais nova estratégia dos EUA para vencer a guerra: enviar pequenos grupos avançados em alguns pontos do território afegão. Em um desses grupos, estão dois amigos e soldados (Derek Luke, de "Em Nome da Honra", e Michael Pena, de "As Torres Gêmeas") que caem de um helicóptero em missão, após terem sido alvejados pela milícia talibã. Ambos foram alunos de um professor idealista (Robert Redford, de "Refém de uma Vida"), que tenta despertar a mente inteligente e aguçada de um outro aluno (Andrew Garfield) a lutar por aquilo que é certo e correto, ainda que os resultados não apareçam tão rapidamente.
O filme fala sobre as responsabilidades da imprensa, do governo e da população em relação ao atual estado da nação americana. O drama político (dirigido e produzido por Redford), ainda que não traga nenhuma novidade, tem bons momentos e excelentes interpretações. Afinal, só o trio Cruise/Streep/Redford já vale o ingresso. Mas, nos EUA, o drama não foi bem recebido por parte do público, que considerou o filme uma propaganda ativa para uma política liberal.
É óbvio que Robert Redford não é nenhum Michael Moore. Mas, mesmo assim, ele foi corajoso e honesto e fez a sua crítica a um governo que, há algum tempo, nada tem de "cordeiros".
O fime gira nas três tramas contadas. A tônica do filme é a da justiça acima de tudo, independentemente de ver os resultados acontecerem rapidamente. Isso me fez pensar em três textos bíblicos:
1) Mt 3. 3b - "Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas." Streep e principalmente Redford são "as vozes do deserto" (vozes solitárias) que tentam preparar as veredas. Tentam fazer que os outros vejam a mesma verdade que eles vêem e se posicionem.
2) Mt 5. 20 - "Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder em muito a dos escribas e fariseus, jamais entrareis no reino dos céus". O filme nos convida ao exercício da justiça contra a iniqüidade daqueles que dizem ser justos para com o país (Cruise - o congressista norte-americano).
3) Fp 1. 27a - "Vivei acima de tudo, por modo digno do evangelho de Cristo
" . O padrão apresentado pelo evangelho é o padrão do amor, mas também da justiça. Só existirá o verdadeiro amor onde for proclamada, e vivida, a verdadeira justiça.
Pr. Marcelo Eliziário Vidal
Igreja Presbiteriana do Caju (RJ)
Categorias : Críticas de filmes
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