Rodolfo Abrantes esquece passado nos Raimundos e no Rodox e vira "homem de Deus"
RIO - O culto evangélico começa na Bola de Neve Church, e o pastor Gilson Mastrorosa anuncia a chegada "do homem de Deus" Rodolfo Abrantes.
A cena que aconteceu na última quarta-feira na igreja dos surfistas da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, se repetiu na noite deste domingo:
o ex-vocalista dos Raimundos e do Rodox subiu ao altar em forma de prancha de surfe mais para pregar do que para cantar.
- Não vou fazer show porque nem me considero mais artista. Pus minhas coisas a serviço de Deus - dizia ele minutos antes de começar a
tocar as músicas de seu CD "Santidade ao Senhor", o primeiro assumidamente gospel, pela Bola Music.
Apesar da declaração, bastam alguns acordes para ver que o rock de Rodolfo continua parecido. Ao menos ritmicamente.
O coro da assembléia também lembra os fãs que cantavam de cor as canções de suas bandas anteriores. Mas apenas lembra.
Em vez dos berros e palavrões comuns nos shows de hardcore, os gritos mais ouvidos agora são os de "Aleluia!", "Glória a Deus!" e "Amém!".
Rodolfo está completamente mudado. Convertido.
- Não ia mais cantar um negócio que para mim era uma palhaçada, que simplesmente não me dizia mais nada.
Não conseguia pegar o microfone e falar com um cara na minha frente que ele tinha que fumar maconha, porque eu não fumava mais.
Não agüentava mais ser mentiroso, hipócrita, e era isso que eu tinha virado. O tempo passou, e meus CDs, as mulheres, a grana, meus fãs,
as drogas, nada disso conseguia me fazer feliz. Naquele momento, os palavrões que eu cantava, as mulheres que eu tinha pego, as drogas
que tinha usado, as mentiras que eu tinha contado, nada mais valia. Sabe o que é ter uma conta abarrotada de dinheiro, um monte de discos
de ouro e de platina empilhados dentro do armário?
Nem na parede eu coloquei porque eles não serviam para nada. Sabe o que é ter milhões de fãs espalhados pelo Brasil que sabem seu nome
e o dia em que você nasceu e isso não servir para nada? - indagava o Rodolfo renovado.
" Não ia mais cantar um negócio que para mim era uma palhaçada, que simplesmente não me dizia mais nada. Não conseguia pegar
o microfone e falar com um cara na minha frente que ele tinha que fumar maconha, porque eu não fumava mais. Não agüentava mais ser mentiroso,
hipócrita, e era isso que eu tinha virado "
A apresentação musical demora pouco mais de 40 minutos e é seguida da pregação, um testemunho de uma hora em que Rodolfo conta como "aceitou Jesus"
depois da conversão da sua mulher Alexandra. Tem sido assim desde o término da banda Rodox. Se antes o vocalista vivia de aeroporto em aeroporto
viajando por conta de turnês, hoje o faz para propagar a sua experiência de fé e salvação:
- Hoje tenho vontade de ser pastor. Minha mulher e eu viajamos o tempo inteiro para pregar a palavra de Deus. Mas hoje mesmo eu reclamei que não
agüentava mais essa vida de aeroportos, porque cheguei de Nova York, onde passei um mês, dormi uma noite em casa, e já estou aqui no Rio.
Alexandra é uma das únicas boas recordações que Rodolfo guarda da fase anterior à sua conversão.
Os dois se conheceram em 1995 em Balneário Camboriú, onde moram hoje. Com 22 anos na época, o então vocalista dos
Raimundos se encantou pela menina de 15 anos que era intérprete de uma cover dos Ramones, banda na qual os roqueiros de Brasília se inspiravam
e para a qual abririam um show naquela cidade. Seis anos depois, os dois se reencontraram e passaram a morar juntos em um apartamento em São Paulo.
Foi um dos momentos mais tensos da vida do casal por conta das brigas constantes e das drogas.
- Eu era viciado desde os 13 anos de idade e não conseguia passar um dia sem fumar maconha. As outras drogas eram apenas recreativas.
A gente vivia drogado, e ela, já saturada disso, começou a buscar ajuda na Bíblia, com um grupo de irmãs, daquelas bem velhinhas, com a
saia que ia até os pés. Naquela época, a agenda lá de casa estava lotada na letra "i": era irmã para cá, irmã para lá... - brincou ele, arrancando risos da assembléia.
Mas, se ele ri ao falar das crentes que julgava apenas quererem seu dinheiro, também se emociona ao recordar todo o
sofrimento por que passou quando decidiu mudar radicalmente de vida. Foi necessária muita insistência de sua mulher e das irmãs que a
acompanhavam para que Rodolfo se convertesse. Mais do que isso, foi preciso que ele adoecesse seriamente e emagrecesse bastante para
lançar mão da fé. Filho de médicos - seu pai, Manuel, é ginecologista-obstetra, e sua mãe, Jacira, é pediatra -,
ele abdicou da ciência quando passou a sentir fortes dores no estômago e a ver caroços espalhados por seu corpo:
- Não conseguia nem planejar meu futuro, pois me encontrava em uma das fases mais doentias da minha vida.
Morria de medo de fazer algum exame e ter o diagnóstico de que ia morrer. Mas entendi que estava com uma doença muito grave
pelo conjunto de sintomas que tinha no meu corpo.
Fonte: O Globo/Gospel+
A cena que aconteceu na última quarta-feira na igreja dos surfistas da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, se repetiu na noite deste domingo:
o ex-vocalista dos Raimundos e do Rodox subiu ao altar em forma de prancha de surfe mais para pregar do que para cantar.
- Não vou fazer show porque nem me considero mais artista. Pus minhas coisas a serviço de Deus - dizia ele minutos antes de começar a
tocar as músicas de seu CD "Santidade ao Senhor", o primeiro assumidamente gospel, pela Bola Music.
Apesar da declaração, bastam alguns acordes para ver que o rock de Rodolfo continua parecido. Ao menos ritmicamente.
O coro da assembléia também lembra os fãs que cantavam de cor as canções de suas bandas anteriores. Mas apenas lembra.
Em vez dos berros e palavrões comuns nos shows de hardcore, os gritos mais ouvidos agora são os de "Aleluia!", "Glória a Deus!" e "Amém!".
Rodolfo está completamente mudado. Convertido.
- Não ia mais cantar um negócio que para mim era uma palhaçada, que simplesmente não me dizia mais nada.
Não conseguia pegar o microfone e falar com um cara na minha frente que ele tinha que fumar maconha, porque eu não fumava mais.
Não agüentava mais ser mentiroso, hipócrita, e era isso que eu tinha virado. O tempo passou, e meus CDs, as mulheres, a grana, meus fãs,
as drogas, nada disso conseguia me fazer feliz. Naquele momento, os palavrões que eu cantava, as mulheres que eu tinha pego, as drogas
que tinha usado, as mentiras que eu tinha contado, nada mais valia. Sabe o que é ter uma conta abarrotada de dinheiro, um monte de discos
de ouro e de platina empilhados dentro do armário?
Nem na parede eu coloquei porque eles não serviam para nada. Sabe o que é ter milhões de fãs espalhados pelo Brasil que sabem seu nome
e o dia em que você nasceu e isso não servir para nada? - indagava o Rodolfo renovado.
" Não ia mais cantar um negócio que para mim era uma palhaçada, que simplesmente não me dizia mais nada. Não conseguia pegar
o microfone e falar com um cara na minha frente que ele tinha que fumar maconha, porque eu não fumava mais. Não agüentava mais ser mentiroso,
hipócrita, e era isso que eu tinha virado "
A apresentação musical demora pouco mais de 40 minutos e é seguida da pregação, um testemunho de uma hora em que Rodolfo conta como "aceitou Jesus"
depois da conversão da sua mulher Alexandra. Tem sido assim desde o término da banda Rodox. Se antes o vocalista vivia de aeroporto em aeroporto
viajando por conta de turnês, hoje o faz para propagar a sua experiência de fé e salvação:
- Hoje tenho vontade de ser pastor. Minha mulher e eu viajamos o tempo inteiro para pregar a palavra de Deus. Mas hoje mesmo eu reclamei que não
agüentava mais essa vida de aeroportos, porque cheguei de Nova York, onde passei um mês, dormi uma noite em casa, e já estou aqui no Rio.
Alexandra é uma das únicas boas recordações que Rodolfo guarda da fase anterior à sua conversão.
Os dois se conheceram em 1995 em Balneário Camboriú, onde moram hoje. Com 22 anos na época, o então vocalista dos
Raimundos se encantou pela menina de 15 anos que era intérprete de uma cover dos Ramones, banda na qual os roqueiros de Brasília se inspiravam
e para a qual abririam um show naquela cidade. Seis anos depois, os dois se reencontraram e passaram a morar juntos em um apartamento em São Paulo.
Foi um dos momentos mais tensos da vida do casal por conta das brigas constantes e das drogas.
- Eu era viciado desde os 13 anos de idade e não conseguia passar um dia sem fumar maconha. As outras drogas eram apenas recreativas.
A gente vivia drogado, e ela, já saturada disso, começou a buscar ajuda na Bíblia, com um grupo de irmãs, daquelas bem velhinhas, com a
saia que ia até os pés. Naquela época, a agenda lá de casa estava lotada na letra "i": era irmã para cá, irmã para lá... - brincou ele, arrancando risos da assembléia.
Mas, se ele ri ao falar das crentes que julgava apenas quererem seu dinheiro, também se emociona ao recordar todo o
sofrimento por que passou quando decidiu mudar radicalmente de vida. Foi necessária muita insistência de sua mulher e das irmãs que a
acompanhavam para que Rodolfo se convertesse. Mais do que isso, foi preciso que ele adoecesse seriamente e emagrecesse bastante para
lançar mão da fé. Filho de médicos - seu pai, Manuel, é ginecologista-obstetra, e sua mãe, Jacira, é pediatra -,
ele abdicou da ciência quando passou a sentir fortes dores no estômago e a ver caroços espalhados por seu corpo:
- Não conseguia nem planejar meu futuro, pois me encontrava em uma das fases mais doentias da minha vida.
Morria de medo de fazer algum exame e ter o diagnóstico de que ia morrer. Mas entendi que estava com uma doença muito grave
pelo conjunto de sintomas que tinha no meu corpo.
Fonte: O Globo/Gospel+
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