25 Novembro 2006

COBRAS E LAGARTOS, OVELHAS E PASTORES

O cenário evangélico brasileiro virou uma guerra. Campo de batalha bem definido, cheio de "vilões" perfeitamente hierarquizados e ''heróis'' comprometidos com a pureza da fé cristã. De um lado Cobras e Lagartos, do outro Ovelhas e Pastores.O Evangelho é puro, não o é alguns dos que O pregam.

Temos experimentado um crescimento assutador da Igreja Evangélica e com ele, novas e novas igrejas, novas e novas "unções" - as mais criativas e lucrativas possíveis. É horrivel constatar que muitos estão comercializando a Palavra, a cura, os títulos; isso me lembra um pouco a Idade Média, quando o Monge lutou contra a simonia, a promiscuidade do clero, a corrupção e vejo que em nossos dias, faltam "monges" (pastores?) com tanta ousadia espiritual.
Temo um pouco o futuro bem presente da Igreja Evangélica brasileira, porém creio que Deus controla tudo - ainda que nossos olhos não compreendam. Não apenas lobos em pele de cordeiro, não apenas Joio em meio ao trigo... hoje temos Cobras - as mentes pensantes, sorrateiras, silenciosas e astutas, que aproveitam-se da "ingenuidade" (?) do rebanho e também daqueles que estão fora da igreja que, por sua vez, são atraidos pelas manifestações miraculosas cheias de ''efeitos espirituais'' sendo apresentados a um pseudo-evangelho, superficial em base bíblica e cheio de sincretismo religioso.
Os Lagartos... ah, esses talvez sejam mais perigosos do que as Cobras, pois realizam o trabalho sujo, lidam diretamente com o povo ou seja, descem dos pedestais, mas não descem ao verdadeiro sentido do serviço cristão, pois uma vez em Cristo somos revestidos de Verdade e de amor sincero, amor que não converge com a exploração da fé, mas se expressa no cuidado, no nutrir o faminto, no guiar o desvalido.
As Ovelhas são as exploradas neste contexto, chegam às igrejas fracas, cansadas, e somente pela miserocórdia do Bom Pastor crescem e em dados momentos até buscam outro rebanho.
Para os Pastores sérios, fiéis à Palavra a situação também não é tão fácil, pois eles muitas vezes são tachados ou colocados no mesmo balaio daqueles outros (cobras) que usurpam, lideram, pregam e curam em nome de Deus.
A igreja evangélica brasileira precisa rever seus conceitos e todos, pastores, seminaristas, ovelhas, ministros e líderes somos responsáveis para que uma atmosfera de diálogo e reflexão seja criada em nossos templos, em nossos congressos, do contrário será necessária uma outra Reforma externa, todavia, escolhamos uma Reforma Interna.
Não ao pragmatismo, não aos mercadejadores da fé, não a religiosidade, não ao sincretismo. Ainda creio numa Igreja Evangélica Pura e Impactante na sociedade, verdadeiramente a Nação Santa, geração que vem pra santificar uma guerra em nome da Verdade.
(I Tm 6.3-5)
Por Brunno Soares